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Filhos perdidos no quarto

  • Foto do escritor: Dra. Bárbara Arruda
    Dra. Bárbara Arruda
  • 3 de ago. de 2021
  • 2 min de leitura

Atualizado: 11 de abr. de 2022

Antigamente perdíamos os nossos filhos na rua quando iam andar de bicicleta, na praia, nos jardins... Brincavam nos quintais, ouvíamos as suas vozes, escutávamos as fantasias que tinham, e ao ouvi-los - mesmo à distância - sabíamos o que se passava dentro das suas mentes. Quando chegavam a casa não existia uma televisão em cada quarto, nem dispositivos eletrónicos nas suas mãos apenas havia amor e sorrisos. Hoje ficam perdidos dentro do próprio quarto!

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Hoje não escutamos as suas vozes, não ouvimos o que pensam ou fantasiam, simplesmente estão ali perdidos no mundo imaginário, dentro dos seus quartos, e por isso pensamos que estão em segurança. QUANTA IMATURIDADE A NOSSA!!!

Ficam trancados nos seus mundos imaginários, com os fones de ouvido colocados horas a fio, construíndo os seus saberes sem que saibamos quais são… “amizades” que não conhecemos… Perdem literalmente a vida trancados no quarto, ainda vivos em corpos, mas emocionalmente mortos nos seus relacionamentos com os pais, fechados num mundo global da internet com tanta informação e estímulos, de modas e fama passageira, que em nada contribui para a formação de crianças e jovens seguras e fortes para tomarem decisões moralmente corretas e de acordo com seus valores familiares.

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Dentro dos quartos perdemos os nossos filhos, pois já não se identificam com o mundo real ou sobre o que pensam as suas famílias, já estão emocionalmente mortos na sua identidade familiar… Tornam-se uma mistura de tudo aquilo pelo qual têm sido influenciados nas redes socias e os pais já nem sabem o que seus filhos são ou como manter a ligação com eles.

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Como psicóloga tenho visto muitas famílias doentes com filhos em falência emocional dentro do próprio quarto. Assim lanço-vos um desafio e, por favor aceitem!

Convido-vos a tirarem o vosso filho do quarto, do tablet, do smartphone, do computador, dos fones de ouvido. Convido-vos a comprar jogos de mesa, de tabuleiro e a brincarem com os vossos filhos na sala, voltem a ser crianças sentados ao lado deles, no mínimo 2 dias na vossa semana à noite (além do sábado e domingo). E joguem, divirtam-se com eles, escutem as vozes, as falas, os pensamentos e sintam o bom que é tê-los “emocionalmente vivos” nas brincadeiras que partilham convosco, “fazendo traquinices” e que eles aprendam a viver e a amar em família.

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Façam com que os vossos filhos se sintam uma parte importante do lar para que não precisem de se aventurar nessas brincadeiras perigosas no mundo virtual, apenas para se sentirem alguém especial ou terem um pouco de adrenalina que antes tinham com as brincadeiras no quintal!

 
 
 

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